O que é ‘estar na moda’?
A moda, para muitos, é uma forma de se integrar à
sociedade ou pertencer a um determinado grupo. É comum ouvirmos: “Vou comprar
porque está na moda” e “Vou usar porque está na moda”. Dessa forma, as pessoas
vão, ora se diferenciando, ora se associando a certos padrões de vestimenta e
comportamento.
Quando falamos de moda estamos falando de um mundo
amplo e complexo. Existe a moda dos punks, dos hippies, dos anos 60, 80, das
crianças, dos idosos, das passarelas, do Oriente, do Ocidente, assim por
diante. Certo mesmo é que o ser humano sempre precisou adaptar seu modo de ser,
de agir e de se vestir ao seu contexto social.
Mas de onde vêm este comportamento e as tendências
da moda?
A moda
está ligada ao contexto de época. Muda o ser humano e é mudada por ele
Segundo a estilista Maria das Candeias a moda na
vestimenta começou com os homens. “Quanto mais se vestiam [bem], tanto mais
eles eram aceitos e prestigiados na sociedade”, revela .
A partir do fim da Idade Média a burguesia passou a
copiar o estilo de se vestir dos nobres para também ser aceita na sociedade. A
forma de se vestir mostrava a classe e o prestígio do homem ou da mulher diante
da sociedade. “Os vestidos chegavam a pesar até 45kg e quanto maior o vestido,
tanto mais dinheiro tinha a dama”, ensina a estilista. Desde então, os
nobres têm ditado a forma como a sociedade deveria se vestir, já que todas as
outras classes buscavam imitá-los.
A história não mudou muito de lá para cá. Hoje as
pessoas de diversas classes sociais tentam copiar a forma de se vestir de
artistas, modelos, atores e pessoas influentes na mídia.
“Vista
aquilo que te faz bem mas não fuja do que você é como pessoa”
Não importa quanto custa tal calça, tal vestido ou
acessório, na busca de se enquadrar nesta sociedade da aparência vale “fazer
das tripas coração” para não se sentir excluído.
Maria das
Candeias"A roupa expõe a nossa personalidade"
Mas alguém pode perguntar: “Estar na moda é algo
ruim?” Não! Afinal, todos nós, de certa forma, estamos dentro de um contexto
social e, consequentemente, usamos uma moda. No entanto, não é justo que
percamos a nossa liberdade – e também o nosso dinheiro – para obedecer à
ditadura da moda. Não é justo que uma pessoa, influenciada pela propaganda,
gaste além do que pode para se sentir melhor e tentar ser mais “feliz”.
Passar a usar determinada roupa ou assumir um
comportamento específico só porque o artista da novela ou aquela cantora famosa
a usa ou se comporta de tal forma é vender a nossa liberdade.
“A roupa expõe a nossa personalidade. Vista aquilo
que você se sente bem, mas que não fuja daquilo que você é como pessoa”,
ressalta a estilista.
Para o cristão existe uma moda? Sim, a moda da
consciência e do discernimento. Já dizia São Paulo “Tudo me é permitido, mas
nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa
alguma” (I Cor 6, 12).
De fato, muitas vezes, é isso que falta para
aqueles que usam de tudo o que aparece pela frente apenas por “estar na moda”,
atender ao apelo midiático e preencher o vazio interior.
Será que por trás daquele tipo de roupa, da compra
daquele tênis de marca, de me vestir como aquele (a) cantor (a), não está
escondido a fuga da realidade e de mim mesmo? O que estou escondendo e, ao
mesmo tempo, querendo mostrar às pessoas?
Cuidar do corpo, se arrumar, estar bem
exteriormente é sinal de saúde psíquica, física e espiritual. Devemos cuidar da
nossa aparência, sim, mas fazer disso uma necessidade vital, uma preocupação
exagerada é sinal de doença e escravidão aos padrões do mundo. Uma pessoa não
pode resumir o seu ser na estética nem buscar nisso a sua felicidade. O segredo
da beleza está numa vida cheia de sentido.
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