Escritora paraense lança livro sobre os simbolismos marajoaras, no Mabe
Da Redação -
A escritora paraense Anna Maria Linhares lançou na noite desta quarta-feira, 12, o livro “Um grego agora nu: índio marajoara e identidade nacional brasileira”, no Museu de Arte de Belém (Mabe), situado no Palácio Antônio Lemos.
O livro é fruto da tese de doutorado da escritora, e aborda o uso dos simbolismos marajoaras no Pará e em todo território nacional, contextualizando desde a vida dos índios no Brasil colonial até a utilização dessas formas nos dias de hoje.
De acordo com Anna Linhares, ela quis mostrar as formas como foram e são utilizadas a partir dos simbolismos marajoaras, com uso de documentos oficiais da antiguidade e recortes de jornais. “O simbolismo marajoara está presente em tudo o que fazemos ou vimos, seja em uma obra aqui no centro histórico da cidade, seja em um orelhão com o formato de uma cerâmica, enfim, por isso eu aprofundei meu estudo na história para explicar isso”, explicou.
O livro mostra que a escolha da cerâmica marajoara como símbolo da identidade cultural não se deu de forma natural. Segundo o estudo que ela apresenta, desde o século XIX vivemos um momento muito importante no Brasil, que foi a formação do Estado Imperial Nacional, então nesse momento precisava se escolher uma identidade. Como se vivia em um país de índios, se escolheu o simbolismo indígena, entretanto não poderia ser qualquer índio: eles escolheram um que consideravam o mais civilizado e os marajoaras foram os escolhidos.
Para a diretora do museu, Dora Lúcia Lourenço, “é importante que artistas locais vejam o Mabe como um espaço para lançamentos, principalmente na área da arte. A Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) tem esse papel, de fomentar a cultura”, avaliou.
Uma das figuras emblemáticas da Ilha de Caratateua, o poeta cordelista Apolo Monteiro de Barros, o Apolo de Caratateua, esteve presente no lançamento e também afirmou que a obra é um presente para a cultura local. “A Anna traz em seu livro a nossa história, a nossa identidade, especialmente por ela estar tão viva no cotidiano de Belém. É um prazer para nós dividir este momento e aprender um pouco mais, afinal tudo aquilo que fazemos de arte é retratando a nossa própria história”, disse o poeta.
Texto: Karla Pereira
Foto: Uchôa Silva-Agência Belém
Foto: Uchôa Silva-Agência Belém
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