Atuação com famílias: perspectivas internacionais
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Existem algumas tendências, associadas à redução da
pobreza, presentes no desenvolvimento das nações. A taxa da fertilidade
decrescente é uma delas. Com menos filhos, as famílias têm mais recursos
para investir na Saúde e na alimentação. Ao mesmo tempo, acabam mais
vulneráveis porque, encolhidas, possuem um número menor de pessoas para
dividir responsabilidades e ajudar nos momentos de crise. Outra tendência é o aumento da expectativa de vida que, por um lado, é um avanço, mas, por outro, aumenta os custos públicos para cuidar dos idosos, diminuindo o investimento na Primeira Infância. Mais uma tendência: a migração da população rural para os centros urbanos, o que melhora as perspectivas para quem migra, mas enfraquece a rede de apoio do campo. A participação crescente da mulher no mercado de trabalho é outra tendência que leva ao aumento da renda familiar, mas, muitas vezes, gera conflito com o parceiro, que nem sempre apoia a companheira. As novas composições familiares fazem parte da realidade de hoje. Muitas mulheres estão sozinhas criando seus filhos, o que lhes garante mais liberdade. No entanto, elas podem se sentir fragilizadas em certas situações, porque nem sempre têm com quem compartilhar os momentos difíceis. Doenças como o HIV acabaram por levar irmãos mais velhos, avós, tios a cuidarem de crianças, filhas de pais que morreram, gerando outra conformação familiar. Diante de tudo isso, muitas políticas têm sido realizadas para dar conta de tantas demandas sociais. No entanto, é preciso avaliá-las para saber se estão respondendo efetivamente a cada uma delas. |
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Mapear e melhorar as intervenções Segundo Aber, está em curso a construção de uma rigorosa base de dados para analisar demandas e iniciativas do mundo todo, voltadas à infância. É o World Priority Areas, um mapa que faz uma análise geral das realidades e das ações sociais. Alguns tópicos são diferentemente trabalhados em cada nação. A licença maternidade, por exemplo, não é um direito para muitas mulheres. Outro dado é que a maioria dos países não aceita que os pais se ausentem do trabalho para cuidar da saúde de seus filhos. No final dos anos 1980, foi idealizada a Convenção dos Direitos da Criança, definindo, entre vários aspectos, que toda criança tem o direito ao desenvolvimento físico, mental, social e moral. Diante dessa premissa, qual deve ser o papel dos governos e dos pais? Essa discussão ainda não chegou a uma conclusão e ela precisa ser cada vez mais confrontada. Aber encerra sua apresentação levantando tópicos que considera essenciais àqueles que pensam e definem políticas públicas voltadas à Primeira Infância:
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