Carta aberta ao prefeito sobre o atropelamento de ciclistas na ciclovia da Av. Beira-Rio‏


    Prezado sr. prefeito José Fortunati,
    Tendo em vista o atropelamento de três ciclistas sobre a nova ciclovia da Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), na saída do Parque Gigante, a Mobicidade vem por meio desta chamar a sua atenção para esse e outros pontos problemáticos nas ciclovias já implantadas em Porto Alegre, que colocam em risco a segurança dos ciclistas. Garantir a segurança nas ciclovias, principalmente nos cruzamentos, é crucial para que não ocorram mais casos como este último, ou pior, casos de óbito, como houve infelizmente com o jovem Davi Santo de Moura, de 14 anos, que pedalava por uma ciclovia no bairro Restinga e foi atropelado por um caminhão.
    Os pontos mais problemáticos do sistema cicloviário de Porto Alegre, levantados pela Mobicidade, são os seguintes:
  1. Ciclovia da Av. Ipiranga esquina com Av. João Pessoa – curva de 90° impráticavel para se realizar em bicicleta, junto a desnível e a poucos centímetros da via. O risco de em caso de queda o ciclista cair no meio da via e ser vítima de atropelamento é elevado;
  2. Ciclovia da Rua Vasco da Gama acesso ao viaduto da Ramiro Barcelos – cruzamento de via perigoso, sem nenhum indicação aos motoristas de travessia de ciclovia, nem dispositivos que induzam o condutor a reduzir a velocidade, como estreitamento da via ou um ângulo de curva mais fechado;
  3. Ciclovia da Rua Vasco da Gama travessia perigosa e desnecessária – a ciclovia da Vasco da Gama troca de lado da via entre as ruas Miguel Tostes e Ramiro Barcelos desnecessariamente. Essa troca cria um ponto de conflito a mais entre ciclovia e o trânsito de veículos motorizados, expondo o ciclista a risco desnecessário, uma vez que os automóveis não diminuem suas velocidades neste trecho;
  4. Ciclovia da Rua João Telles entre as ruas Henrique Dias e Vasco da Gama – a rua João Telles, neste trecho, não possui largura suficiente para conter ciclovia, estacionamento de veículos e fluxo de automóveis em duas mãos, fato este que leva os carros a invadirem a ciclovia com freqüência, colocando em risco a segurança dos ciclistas e prejudicando o fluxo dos mesmos;
  5. Ciclovia da Rua Irmão José Otão – a ciclovia termina sem qualquer medida de integração do ciclista à via, deixando-o desprotegido e forçando-o a ingressar no meio de veículos que passam em alta velocidade;
  6. Ciclovia da Av. Loureiro da Silva – cruzamentos de via de alto risco nos acessos aos viadutos das avenidas Borges de Medeiros e João Pessoa, e nas saídas das ruas Avaí e João Alfredo. Não há dispositivos suficientes para induzir a redução de velocidade dos veículos automotores, que saem e ingressam da avenida em alta velocidade. Também não há sinalização ostensiva indicando a travessia de ciclistas;
  7. Ciclovia da Av. Loureiro da Silva – sob o Viaduto dos Açorianos no sentido Orla – Parque da Redenção, a ciclovia fica extremamente estreita, colocando o ciclista em risco visto à proximidade de veículos que passam em alta velocidade, principalmente ônibus;
  8. Ciclovia da Rua José do Patrocínio – devido à falhas no planejamento dos cruzamentos não semaforizados, os motoristas que entram pelas ruas transversais à José do Patrocínio avançam sobre a ciclovia sem priorizar o fluxo da mesma. Isso coloca os ciclistas em risco de atropelamento e interrompe o fluxo da ciclovia constantemente;
  9. Ciclovia da Avenida Icaraí – a ciclovia termina próxima a uma curva onde os carros passam em alta velocidade deixando o ciclista completamente exposto e surpreendendo os motoristas que não esperam pelo ingresso de ciclistas naquele ponto. Faltam dispositivos que protejam quem usa a bicicleta e induzam os condutores de automóvel a reduzir a velocidade, bem como sinalização ostensiva do ingresso de ciclistas na via.
  10. Ciclovia da Rua Adda Mascarenhas – ciclovia extremamente perigosa por ser junto ao canteiro central em uma via com vários cruzamentos bidirecionais sem sinalização adequada.
  11. Ciclovia da Av. Economista Nilo Wullf – ciclovia semelhante a da av. Adda Mascarenhas e com os mesmos problemas.
  12. Ciclovia da Estrada João Antônio da Silveira – cruzamentos mal sinalizados expõe os ciclistas a riscos, já tendo havido inclusive óbito de usuário da ciclovia.
  13. Ciclovia Edvaldo Pereira Paiva – nos acessos para veículos automotores toda a via é rebaixada ao nível da avenida, dando a impressão que as bicicletas estão invadindo o espaço do carro e não o contrário, uma vez que esse obstáculo físico é muito mais forte do que a pafronização visual. Neste trecho também temos relatos de vários conflito, incluindo atropelamentos.

    Salientamos que para esses casos existem soluções extremamente simples e baratas, que incluem pouco mais que sinalização horizontal e vertical, além de tachões. A Mobicidade continua disposta a trabalhar junto com a Prefeitura Municipal e demais órgãos responsáveis, como EPTC, para resolver estes problemas e evitar novos atropelamentos e fatalidades.

    Sinceramente,
    MOBICIDADE - Associação Pela Mobilidade Urbana em Bicicleta
    Fone: 9234-0344 (Marcelo) / 9845-7540 (Daniel)

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