PF investiga desvios de R$ 6 milhões em Fundo de Previdência Social
Cuiabá/MT – A Polícia
Federal deflagrou hoje (13/4) a Operação Ultimatum, com o objetivo de
combater desvios de recursos praticados por gestores públicos em Fundo
Municipal de Previdência dos Servidores de Barra do Garças/MT.
Cerca de 24 policiais federais
participam da ação em Barra do Garças/MT. Estão sendo cumpridos 2
mandados de busca em apreensão e 3 mandados de condução coercitiva. A PF
também cumpre 1 mandado de condução coercitiva na cidade de
Uberlândia/MG.
A investigação aponta que gestores
públicos desviaram de forma fraudulenta e clandestina cerca de R$ 6
milhões do Fundo Municipal de Previdência Social dos Servidores de Barra
do Garças (BARRA PREVI), aplicando o valor em um fundo de investimento
notoriamente deficitário, conforme publicação do Banco Central e da
Comissão de Valores Imobiliários (CVM).
Tal investimento foi realizado cerca de
um mês antes do término do mandato de um ex-prefeito, após a derrota de
sua candidata nas eleições municipais, sem as formalidades legalmente
impostas, vez que não possuíam legitimidade para a aplicação dos
valores. Também não foram realizadas as consultas necessárias ao Comitê
de Investimento e Conselhos de Administração Fiscal e a respectiva
Autorização de Aplicação e Resgate não foi assinada, consoante determina
a lei complementar municipal que rege a matéria.
No intuito de dissimular/ocultar a
fraude, os agentes públicos ainda fizeram o valor desviado transitar por
diferentes contas bancárias até a definitiva aplicação ruinosa, fazendo
declarações falsas no último balancete que produziram antes do término
do mandato, afirmando que o valor (R$ 6 milhões) se encontrava nas
contas do BARRA PREVI.
Tal aplicação já causou um prejuízo de
cerca de R$ 2 milhões ao fundo, impossibilitando que a entidade retire o
dinheiro aplicado com o fim de evitar maiores prejuízos.
Consoante apurou-se na Operação Miqueias (mesmo modus operandi),
tais investimentos ruinosos em fundo podres, realizados por autoridades
municipais por meio de agências financeiras cúmplices nas fraudes,
rendiam por volta de 10 a 15% aos gestores municipais do dinheiro
indevidamente aplicado, levando-se à conclusão de que o ex-prefeito e
sua tesoureira obtiveram vantagem ilícita no montante de R$ 600 mil a R$
900 mil (corrupção passiva).
* O termo em latim ultimatum é o nome dado ao conjunto das últimas exigências, propostas ou condições que um estado apresenta a outro e cuja não aceitação implica declaração de guerra ou a exigência feita durante o estado de guerra, por um chefe militar,
no sentido de conseguir a rendição imediata do inimigo, sob ameaça de
alcançá-la por meios violentos. O termo é usado por extensão a qualquer
declaração final e irrevogável para satisfação de certas exigências.
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