Pesquisa vai desenvolver teste que dá mais eficiência ao tratamento do câncer de mama
Atualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), 57 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados no Brasil a cada ano. A maioria das vítimas é composta por mulheres e 70% da incidência do câncer de mama feminino está relacionado a tumores do tipo hormonal.
Esses casos são tratados durante cinco anos com o Tamoxifeno, medicamento que diminui a reincidência do câncer e aumenta a sobrevida da paciente, explica o médico oncogeneticista do Hospital Erasto Gaertner e professor de Medicina da PUCPR, José Claudio Casali. O medicamento é considerado uma pré-droga porque precisa entrar em contato com o metabolismo da paciente para gerar o efeito desejado.
No caso específico do Tamoxifeno, esse efeito é realizado com enzimas naturais do organismo humano. Entretanto, no Brasil, 10% das mulheres não têm a enzima CYP2D6, necessária para gerar o efeito do medicamento. “Portanto, a cada ano, seis mil mulheres usam o medicamento sem que ele surta efeito”, salienta Casali.
Por essa razão, especialistas do Tecpar buscam desenvolver um teste para avaliar no plasma sangLiberation Serifuíneo a presença das substâncias produzidas na reação do medicamento com as enzimas naturais da paciente e a sua concentração.
O resultado desse teste permitirá melhorar a eficiência do tratamento. “Com esse teste, o tratamento fica mais personalizado e efetivo. Se a paciente não possui a enzima, ela já pode ser encaminhada para outro medicamento que não o Tamoxifeno”, pontua o médico oncogeneticista.
A linha de desenvolvimento do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar vai atuar em dois campos - para verificar se a dosagem das 12 marcas do Tamoxifeno corresponde à indicada na bula e, também, para desenvolver um teste para medir, no plasma sanguíneo da paciente, a presença e a concentração das substâncias produzidas na reação com o medicamento. “O trabalho é inédito no Brasil por fazer esse mapeamento, que gera respostas mais efetivas aos pacientes brasileiros”, pontua Natalício Ferreira Leite, pesquisador do centro.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento Tecnológico do Tecpar, Reginaldo Joaquim de Souza, a pesquisa vai gerar novas soluções que podem ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). “A princípio, a ideia é disponibilizar ao Hospital Erasto Gaertner esse teste para ser feito logo no início do tratamento, e, mais para frente, oferecê-lo ao SUS e levá-lo a todo o País”, explica Souza.
A expectativa é que em 2017 o teste para medir a presença e a quantidade das substâncias derivadas do medicamento usado no tratamento do câncer de mama já esteja disponível para uso pelas pacientes.
TECPAR - O Tecpar é uma empresa pública do Governo do Estado e tem 76 anos de atividade.
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