Várias espécies ameaçadas de extinção fazem parte do acervo Fundação Zoo-Botânica



O Jardim Zoológico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH), que fica na Avenida Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha, possui um acervo de mais de 3 mil animais de 276 espécies, entre aves, répteis, peixes e mamíferos). Deste total, 219 (79%) são espécies da fauna brasileira, enquanto as outras 57 (21%) são de animais exóticos. O que chama a atenção é que 46 espécies (16%) estão ameaçadas de extinção, conforme critérios adotados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, e também pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Isso demonstra o importante papel que a FZB-BH assume na conservação de animais silvestres. Somente para se ter uma ideia da situação de risco a que estão sujeitos vários animais, em dezembro de 2014 foram publicadas pelo Ministério do Meio Ambiente duas portarias (444/2014 e 445/2014), contendo as listas das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, que contam com 1.173 espécies.
O ICMBio se volta agora para as estratégias de conservação, com a missão de combater as ameaças e reduzir o risco de extinção das espécies, visando retirá-las da lista vermelha, evitar que as espécies “quase ameaçadas” entrem na lista e buscando conhecer melhor a situação das espécies consideradas com “dados insuficientes”.
Responsável pela avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira, o ICMBio realiza o diagnóstico do risco de extinção das espécies, identificando e localizando as principais ameaças, as áreas importantes para a manutenção da espécie e a compatibilidade com atividades antrópicas. Tal levantamento subsidia a revisão da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, além de cumprir a meta do governo brasileiro, como signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica.
Neste contexto, o instituto cuida do gerenciamento dos Planos de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas que estudam grupos e espécies de animais ameaçados em diversos graus. A FZB-BH tem participação ativa em nove desses planos, intitulados PAN Arara-azul-de-Lear, Cervídeos, Lobo-Guará, Muriqui, Rivulídeos, Fauna Aquática da Bacia do Rio São Francisco, Lepdópteros, Cachorro-do-mato-vinagre e Mutum-de-Alagoas.

A FZB-BH também participa dos studbooks internacionais das seguintes espécies: mico-leão-de-cara-dourada, mico-leão-dourado, tamanduá-bandeira, macaco-prego-do-peito-amarelo e gorila. A FZB tem interesse em participar das reuniões e discussões que têm como objetivo a formulação e a execução das ações relacionadas aos planos de cativeiro e ações de educação ambiental determinadas pelos PANs de outras espécies que o Jardim Zoológico mantém em seu plantel, como onça-pintada, onça-parda, papagaio-charão, papagaio-do-Espírito-Santo, papagaio-do-peito-roxo, arara-azul-grande, mutum-do-sudeste, ararajuba, bicudo-verdadeiro, tiriba-de-cara-suja, tiriba-de-orelha-branca e alguns primatas.
Listas
As listas de espécies ameaçadas foram elaboradas com base no processo de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira. No site do ICMBio são apresentadas, para cada espécie, informações sobre classificação taxonômica, categoria do risco de extinção, critérios, referências bibliográficas e resumo da justificativa que indicaram o risco de extinção, além de outras informações.
Para se chegar a esse número, entre 2010 e 2014, foram avaliados 12.256 táxons da fauna, incluindo todos os vertebrados descritos para o país. Foram 732 mamíferos, 1.980 aves, 732 répteis, 973 anfíbios e 4.507 peixes, sendo 3.131 de água doce (incluindo 17 raias) e 1.376 marinhos, totalizando 8.924 animais vertebrados. Foram avaliados também 3.332 invertebrados, entre crustáceos, moluscos, insetos, poríferos, miriápodes, entre outros. Para avaliar os 12.256 táxons, o ICMBio realizou ao longo desses cinco anos 73 oficinas de avaliação e quatro de validação dos resultados.
A avaliação mostrou ainda que a perda e a degradação do habitat são as mais importantes ameaça para as espécies continentais. Para as espécies marinhas, a pesca excessiva, seja direcionada ou incidental, é a ameaça que mais se destaca.
Nos 1.173 táxons oficialmente reconhecidos como ameaçados estão 110 mamíferos, 234 aves, 80 repteis, 41 anfíbios, 353 peixes ósseos (310 de água doce e 43 marinhos), 55 peixes cartilaginosos (54 marinhos e um de água doce), um peixe-bruxa e 299 invertebrados. São, no total, 448 espécies “vulneráveis”, 406 “em perigo”, 318 “criticamente em perigo” e uma “extinta na natureza”.

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